quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Eu gostaria de dizer algumas palavras sobre filmes sobre casamentos


Pelo menos duas vezes por ano a “maravilhosa” Rede Globo de Televisão faz-me o favor de exibir o “O Pai da Noiva”, filme de 1991 do diretor que nunca havia ouvido falar, Charles Shyer.
Eu muito emocionada e agradecida, claro, assisto-o com o fervor que se deve assistir aos clássicos de sessão da tarde.
O filme que vos falo trata-se de uma refilmagem de outro filme de mesmo nome, do ano de 1950, do diretor Vincente Minnelli com Spencer Tracy e Liz Taylor ainda sem seus fadados pés de galinha. No remake o pai da noiva é o feminista de ocasião George Banks (Steve Martin) e a mãe a doce e compreensiva Nina Banks (Diane Keaton).
A história já é sabida: pai de família pão duro vê-se as voltas com vestidos de casamento, festas, ensaios, cisnes no jardim, contas, contas, contas e principalmente: a filha indo embora.
O roteiro é basicamente o mesmo nos dois filmes. As diferenças ficam por conta das mudanças de costumes que ocorrem nos 41 anos de espaço que existem entre as duas produções. A cena em que o pai tem um pesadelo com a cerimônia de casamento no filme original (que não existe na refilmagem) é fantástica, mas em compensação o hilário promoter francês Frank (Martin Short) é só um esboço opaco nos anos 50.
Em ambos os filmes a passagem é tratada com muito bom humor porém com sensibilidade. Os sapos que o pai engole, os pitís por causa do dinheiro, o ciúme do genro são brilhantemente sublimados quando o pai finge não estar acontecendo nada para apoiar a filha nos momentos de crise.
É de derreter até o coração mais duro.

Combina com: chuvas de arroz, qualquer tipo de esporte com papai e despedidas em geral.