quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Pj não é mais Raiva


Pj não é mais raiva. Muito pelo contrário. É uma menina frágil e descabelada trajando um singelo vestido branco na capa de seu novo disco White Chalk.
Falando do muito que já foi dito, neste disco ela troca a tradicional tríade baixo-guitarra-bateria, por piano, gaita, banjo. Troca gritos esganiçados e palavrões (cruzes!) por doces letras e até pedidos de desculpas.
Vendo algumas gravações de apresentações ao vivo fiquei com uma impressão de que tudo é um grande teatro planejado (não duvidando da sinceridade da cantora): uma figura antes tão cosmopolita, urbana e classuda agora tocando calmamente seu piano, cantando suavemente e vestindo roupas que são a ultima moda do ano de 1700.
Tudo bem. O disco é bom e mantém uma coisa que Pj faz bem: boas canções e criação de atmosferas sonoras simples e únicas.
Isso parece uma tendência de artistas que atingem a maturidade, poder se arriscar e sair do comum, criar para si mesmo. Acho válido. Ouço White Chalk e gosto mas espero que a Polly Jean lasciva que parece enfiar o dedo na nossa cara posso voltar um dia.



Combina com: castiçais antigos, chás e rivotril.