
As coisas definitivamente são estranhas. Eu tive o pior fim de ano da minha vida, sem grana, sem homem, com tudo por fazer e nenhuma vontade de terminar, tomando chá calmante o dia todo, enfim, perdedora total. No feriado, dentre todo o meu ócio decido ir a locadora maaaaaais longe da minha casa e pegar três filmes que queria ver a muito tempo. Um deles é o “Anti-Herói Americano” que conta a história de Harvey Pekar, arquivista de um hospital de Cleveland que decide fazer um Hq autobiográfico com a genialidade de quem se distancia e olha pra própria vida de uma maneira ácida, até meio cínica.
Autor somente do texto, Pekar que não sabe desenhar nem um patinho até hoje, delega a função do desenho para seu ilustre amigo Robert Crumb e assim vários ilustradores vão passando pelo esplendor americano.
O próprio Harvey narra boa parte do filme e participa dele numa espécie de entrevista que vai sendo encaixada ao longo do tempo onde a esposa esquisita e os amigos também participam. Os vídeos reais de participações de Pekar no show do Letterman são capítulos a parte com destaque para a última pala homérica do mesmo, com direito a chingamentos e discussões ao vivo de um cara que esta cheio de ser motivo da piada alheia. Fantástico.
O próprio Harvey narra boa parte do filme e participa dele numa espécie de entrevista que vai sendo encaixada ao longo do tempo onde a esposa esquisita e os amigos também participam. Os vídeos reais de participações de Pekar no show do Letterman são capítulos a parte com destaque para a última pala homérica do mesmo, com direito a chingamentos e discussões ao vivo de um cara que esta cheio de ser motivo da piada alheia. Fantástico.
As lamúrias pessoais de lá de cima vêm totalmente a calhar em se tratando deste cara que é talvez a pessoa mais loser de quem já ouvi falar com uma vida totalmente ordinária: pouca grana, um trabalho medíocre, uma casa bagunçada, amigos bizarros, abandonos amorosos e a rabugentíssise típica que aflige este tipo de pessoa.
Além de tudo isso ainda tem as pérolas que confortam ou dão ainda mais vontade de ser o mau humorado que você é: “Vida comum é um negócio muito complexo”, “Por que todo mundo tem que ser tão idiota?” e alguma coisa do tipo “eu trocaria todo aprendizado que o sofrimento traz por um pouco de felicidade” numa conversa com Crumb.
Tudo vem muito bem a calhar. As vezes acho até que estas coisas falam comigo.
Combina com: “prováveis autistas”, calmantes de tarja preta, toda pessoa de mal com a vida.
Além de tudo isso ainda tem as pérolas que confortam ou dão ainda mais vontade de ser o mau humorado que você é: “Vida comum é um negócio muito complexo”, “Por que todo mundo tem que ser tão idiota?” e alguma coisa do tipo “eu trocaria todo aprendizado que o sofrimento traz por um pouco de felicidade” numa conversa com Crumb.
Tudo vem muito bem a calhar. As vezes acho até que estas coisas falam comigo.
Combina com: “prováveis autistas”, calmantes de tarja preta, toda pessoa de mal com a vida.
9 comentários:
Garzon, deze maiz uma...
as vezes, as pessoas mais patéticas sao as mais incríveis
é. as pessoas mais incríveis podem ser as mais patéticas. e as vezes as pessoas mais patéticas são simplesmente as mais patéticas mesmo.
quem disse que eu sou um perdedor? tem até filme sobre a minha vida, sua escrota podre comedora de lixo
que pena que ser esquisito e fora da moda só é legal nos filmes. eu seria um sucesso se isso funcionasse na vida real.
ser loser na vida real não é nem um pouco glamuroso
eu quero é Pekar!
loosers... os piores são aqueles que se assumem.
os que não se assumem ficam por aí dando murro em ponta de faça de forma patética.
Eu não sou um looser!
Convenci???
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