quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Meu Anti-Herói!


As coisas definitivamente são estranhas. Eu tive o pior fim de ano da minha vida, sem grana, sem homem, com tudo por fazer e nenhuma vontade de terminar, tomando chá calmante o dia todo, enfim, perdedora total. No feriado, dentre todo o meu ócio decido ir a locadora maaaaaais longe da minha casa e pegar três filmes que queria ver a muito tempo. Um deles é o “Anti-Herói Americano” que conta a história de Harvey Pekar, arquivista de um hospital de Cleveland que decide fazer um Hq autobiográfico com a genialidade de quem se distancia e olha pra própria vida de uma maneira ácida, até meio cínica.
Autor somente do texto, Pekar que não sabe desenhar nem um patinho até hoje, delega a função do desenho para seu ilustre amigo Robert Crumb e assim vários ilustradores vão passando pelo esplendor americano.
O próprio Harvey narra boa parte do filme e participa dele numa espécie de entrevista que vai sendo encaixada ao longo do tempo onde a esposa esquisita e os amigos também participam. Os vídeos reais de participações de Pekar no show do Letterman são capítulos a parte com destaque para a última pala homérica do mesmo, com direito a chingamentos e discussões ao vivo de um cara que esta cheio de ser motivo da piada alheia. Fantástico.
As lamúrias pessoais de lá de cima vêm totalmente a calhar em se tratando deste cara que é talvez a pessoa mais loser de quem já ouvi falar com uma vida totalmente ordinária: pouca grana, um trabalho medíocre, uma casa bagunçada, amigos bizarros, abandonos amorosos e a rabugentíssise típica que aflige este tipo de pessoa.
Além de tudo isso ainda tem as pérolas que confortam ou dão ainda mais vontade de ser o mau humorado que você é: “Vida comum é um negócio muito complexo”, “Por que todo mundo tem que ser tão idiota?” e alguma coisa do tipo “eu trocaria todo aprendizado que o sofrimento traz por um pouco de felicidade” numa conversa com Crumb.
Tudo vem muito bem a calhar. As vezes acho até que estas coisas falam comigo.


Combina com: “prováveis autistas”, calmantes de tarja preta, toda pessoa de mal com a vida.

9 comentários:

pistoleira de quinta disse...

Garzon, deze maiz uma...

Anônimo disse...

as vezes, as pessoas mais patéticas sao as mais incríveis

pistoleira de quinta disse...

é. as pessoas mais incríveis podem ser as mais patéticas. e as vezes as pessoas mais patéticas são simplesmente as mais patéticas mesmo.

Anônimo disse...

quem disse que eu sou um perdedor? tem até filme sobre a minha vida, sua escrota podre comedora de lixo

huds on disse...

que pena que ser esquisito e fora da moda só é legal nos filmes. eu seria um sucesso se isso funcionasse na vida real.

pistoleiradequinta disse...

ser loser na vida real não é nem um pouco glamuroso

Anônimo disse...

eu quero é Pekar!

Boogie Boy disse...

loosers... os piores são aqueles que se assumem.

os que não se assumem ficam por aí dando murro em ponta de faça de forma patética.

Eu não sou um looser!

Convenci???

Boogie Boy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.